Texto:Leal Mundunde
O Presidente da UNITA Adalberto Costa Júnior considerou esta quinta-feira, em Luanda, que Angola não está com paz efectiva e defende que o Estado angolano precisa de se reconciliar com todos os grupos sociais que sofreram as amarguras da exclusão no país.
Numa altura em que Angola está prestes a comemorar o 4 de Abril, dia da Paz e da Reconciliação Nacional, o líder do Galo Negro, justifica a sua posição alegando que a paz democrática exige que Angola pare com os conflitos em Cabinda e inicie imediatamente o diálogo entre as partes.
“ A democracia tem formas de solucionar reivindicações regionais, históricas, ou sociais no quadro do Estado unitário de Angola. É preciso parar com a guerra e dialogar”, disse Adalberto Costa Júnior.
O político, afirma que não se pode comemorar a paz em Luanda, uma vez que em Cabinda, há conflitos. “Não se pode celebrar a paz no Cunene e activar bazucas e morteiros contra cidadãos no Cafunfo ou em outros lugares só por pensarem diferente”, alertou.
O Estado angolano, segundo o Presidente do maior partido na oposição no país, precisa de se reconciliar também com as vítimas do fenómeno da Sexta-feira sangrenta, do massacre no Monte Sumi e com todos os “grupos sociais que sofreram as amarguras da exclusão e da violação brutal e preordenada dos seus direitos fundamentais, só por não se submeterem à ditadura do Partido-Estado”.
No âmbito da reconciliação, faz menção que este processo não se deve limitar simplesmente entre o MPLA e a UNITA.
Adalberto Costa Júnior, garante que é necessário que se tome medidas mais corajosas e consensuais, para se concretizar uma verdadeira reconciliação nacional entre o Estado angolano e as vítimas do 27 de Maio, e “entre os membros das facções do MPLA que utilizaram o Estado para ofender gravemente os direitos humanos de milhares de cidadãos que por sinal eram correligionários do mesmo Partido Estado”.
Durante a Conferência de Imprensa realizada em Luanda, o Presidente da UNITA chamou atenção que os partidos políticos devem ter igualdade de tratamento das matérias por parte dos órgãos de Comunicação Social públicos.
Relativamente aos órgãos de inteligência e de segurança do Estado, alertou que não devem estar ao serviço do partido que lidera o país, chamando atenção, que no quadro das suas funções, devem estar ao serviço de todos e “ não se confundirem com o Partido político onde milita o Chefe de Estado”.
O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, prestou estas declarações numa altura em que Angola comemora, domingo, 4 de Abril, o dia da Paz e da Reconciliação nacional, assinado em 2002.
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