OPINIÃO
Por: José Quiabolo
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Nem sempre a força física serve para organizar uma sociedade ou os fenómenos sociais que podem eventualmente surgir. É com bastante preocupação que escrevo sobre o fenómeno da venda ambulante que durante anos vem ganhando corpo.
A ilusão de um país próspero que mais crescia em África caiu por terra como um gigante com pés de barro, cujo o corpo já não consegue mover-se devido a fraqueza dos membros inferiores.
Um grupo restrito abocanhou e continua a ter usufruto dos bens desta imensa pátria, cuja a distribuição equitativa dos recursos ficou adiada a mais de quatro décadas! A terra foi traída por grupo de anti-patriotas que preferem financiar os "malianos, senegalês, nigerianos e boa parte dos europeus" enquanto que o muangolê continua na "dibinza"! Com uma população extremamente pobre que depende do sector informal e a "zunga" venda ambulante, em grande número alberga muita gente que diariamente lutam pela sobrevivência. Ninguém com mente sã contrata fiscais para perseguirem e retirarem os bens de quem já está na miséria a sobreviver!!!
Se estas pessoas que adotaram a zunga como forma de sobrevivência não estão a roubar porquê tanta brutalidade? Não sou apologista da desorganização, mas não defendo a brutalidade e agressão gratuita que milhares de angolanos estão submetidos.
A questão fulcral deve exprimir os neurónios para solução pacífica que passa por uma política para acomodar estas pessoas em locais públicos, grandes fábricas ou ainda aos campos agrícolas.
Mas tudo isto não faz com uso musculado da força, mas com linguagem própria e contribuições de certos extratos da sociedade, incluindo as próprias zungueiras, sociólogos, psicólogos, comunicólogos, assistentes sociais e gestores públicos etc.
Todos nós vemos as agressões perpetradas pelos fiscais as zungueiras, uns fingem que não vêem, alguns choram, poucos reagem a estas agressões baratas e desnecessárias, inclusive eu já discuti e estive com nervos a flor da pele em vários episódios destes.
Aliado a falta de oportunidade de postos de trabalho e crédito para fomentar o negócio e pequenas iniciativas, junta-se ileteracia massificada em grande escala por quem deveria dar mais espaço de formação com salas de aula.
Por exemplo a UNESCO recomenda a construção de escolas com mínimo de quatorze salas de aula, aqui constroem sete, a nível das localidades nas diversas províncias que formam este imenso país rico em recursos naturais, mas com gente pobre de valores culturais e financeiros...!!
Quantos postos de trabalhados são criados para as pesssoas não qualificadas?
Mas Estado angolano tira mesmo dinheiro do erário pagar pessoas "fiscais" com alegada missão ajudar a organização e ao invés disto criam o caos e sentimentos de revolta na pele de muitos que sentem-se excluídos em volta dos eleitos para digirem seus destinos, cuja as nádegas e diversa partes do corpo escondem várias histórias, mesmo que os pés cheios sinais e marcas de longas caminhadas já não aguentam as corridas e puretes dos fiscais.
Estes actos são normais num Estado Direito, delinquente ou de selvageria???
Muitas senhoras perderam as vidas na via pública, em casos por causa da corrida dos fiscais em outros acidente de viação! Lembro-me quando fui fazer reportagem no hospital Geral de Luanda sobre os pacientes que foram abandonados no Hospital e uma criança que deu entrada naquela unidade hospitalar porque foi atropelada com sua mãe na via pública, e progenitora foi submetida uma cirurgia e acabou por falecer, sem que o hospital tivesse algum dado para poder facilitar contactar a família! Nem a Polícia Nacional conseguiu trazer os dados básicos e a criança de três ou quatro anos e com dificuldades da fala acabou por ficar muito tempo no hospital. Naquele dia meu fôlego cortou e fiquei sem chão a ver a criança inocentemente no colo de algumas pessoas caridosas no hospital!
Ao invés do alegado estado de Direito tão propalado pelos homens de fato e gravada que só conhecem o castro urbano, e não o país real, com preocupação no linguajar, ao invés da demonstração do amor ao próximo com gesto que brotam do coração.
Os problemas que têm em grande escala são básicos e elementares que transcendem o âmago de incerteza de milhões de angolanos.
Olhar para venda ambulante é redesenhar a maneira de eliminar ou reduzir este fenómeno que cresce diariamente!
Os investimentos passam pelo interior do país e esquecer em certa medida as províncias do litoral que os investimentos nestas latitudes voam sempre alto! Quero ter vergonha de ver um dirigente engravatado até aos dentes e ver um população quase sem roupa para vestir e depender de um negócio de miséria que os obriga a enfrentarem sol ardente, insulto, preconceito, indiferença s ainda estarem vigilantes dos seus algozes "fiscais" que em certa medida roubam e sabotam os bens dos comerciantes! Provavelmente alguém irá dizer mas estas senhoras são teimosas, sim, mas o mal maior está mas o mal maior está em quem os orienta!! A operação resgate entrou em vigor e acabou com venda anárquica de acessórios de viaturas fora das lojas, foi brusca, mas tiveram de abrandar as autoridades e reconheceram que o tempo foi curto para mudança de um negócio que sustenta milhares de famílias! Foi lhe dados tempo e certa facilidade para tratar a legalização da sua actividade, mas a venda ambulante contínua a dar o ar da sua graça aí da que as correrias e hostilidades estão a um palmo da tão sonhada trégua. Imbuído de espírito patriótico partilho aqui está reflexão com algumas ideias concretas, mas outras prefiro guarda-las, aliás as ideias não devem ser na totalidade assim dadas a bel prazer, pois quem se intitula governar, tem salários e altíssimas regalias e deveriam empenhar-se mais!!
Em nome da Pátria sou útil, para fazer diferente do que alguns estrangeiros, atenção aqui não entendam como xenofobia, mas para olhar a realidade objectiva de pessoas não qualificadas e que trazem soluções desastrosas a troco do "lombongó" que não dominam os assuntos sociais na ânsia e assim enchem os bolsos com ideias alheias a nossa realidade, e compramos gato por lebre!
A denominada venda ambulante vulgarmente conhecida como "zunga" não é proibida por lei, mas a permanência em local fixo é que é considerada transgressão administrativa, passível de uma multa.
A venda ambulante não pode ser vista apenas ser como fenómeno social que cresceu exponencialmente com a guerra, mas fruto de um fracasso da política ✍️implementada durante muito tempo, onde por exemplo a moda doentia de promover mulher de biquíni na televisão alegado pretexto de moda, ao invés de fomentar e dar emprego as zungueiras é sinal evidente de desorientação de um povo e de quem deveria governar e "des"governa e mutila as pessoas.
A zunga deveria envergonhar todo angolano e particular os governantes e deveriam mesmos despir-se da soberba dos fatos e gravatas e deveriam vestir na simplicidade enquanto este e outros problemas não são resolvidos.
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