Por:Leal Mundunde
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Os cidadãos em Luanda não acreditam no cumprimento de certas promessas eleitorais feitas em 2017 por parte do MPLA e seu candidato João Lourenço, actual Presidente da República.
Em jeito de avaliação do trabalho desenvolvido ao longo dos três anos que se encontra na liderança do país, alguns cidadãos atribuem nota negativa a implementação das promessas feitas há três anos, durante o período eleitoral.
Como havíamos prometido, nesta reportagem, teremos o parecer da população no que tange a situação do sector da Saúde, Educação e também a implementação do Plano Integrado de Investimento aos municípios (PIIM), bem como, a promessa dos 500 mil empregos.
EDUCAÇÃO
A Educação é considerada como um dos sectores chaves para o desenvolvimento de qualquer sociedade e durante os últimos três anos em que o actual Presidente da República conduz os destinos de Angola, o docente Gerson Manuel defende que não se atingiu a qualidade pretendida, "pois um homem bem formado é uma mais valia para o progresso do país".
Gerson Manuel avançou que ainda regista-se várias crianças fora do sistema de ensino e continuam as reclamações dos professores no que se refere a questão salarial.
Para este homem do giz, as escolas não estão bem apetrechadas "onde se vivencia muitas dificuldades técnicas em pleno século vinte e um , no caso de meios de ensino, saneamento básico, falta de água, energia elétrica e por vezes a falta de vontade por parte dos educandos e falta de preparação pedagógica dos professores"
Sobre a reabertura das escolas a partir de outubro, Gerson Manuel não concorda uma vez que o país tem estado a verificar o aumento de casos positivos da Covid-19.
" Nem as escolas públicas têm vigilantes para o controlo das nossas crianças",acresceu.
Recordar que recentemente publicamos uma matéria onde o Psicopedagogo Alcides Chivango revelou que 70 por cento das escolas públicas, em Luanda não estão em condições para arrancarem com as actividades lectivas, a partir do próximo mês.
As aulas regressam depois de serem suspensas em Março, em função do aumento dos casos positivos da Covid-19, em Angola.
Para a reabertura das actividades lectivas, a criação de condições de biossegurança são obrigatórias, bem como o uso de máscaras, como têm recomendado as autoridades governamentais.
Em relação a este assunto, segundo as constatações do Psicopedagogo Alcides Chivango, em algumas instituições de ensino, não observou água corrente ou seja, encontrou "alguns baldinhos", com este liquido precioso.
"Imaginemos uma escola que vai receber 300 alunos, com um baldinhos de água!
Fui aos quartos de banho, estão todos sujos e fechados", exclamou e lamentou a situação encontrada, tendo acrescido que as carteiras estavam danificadas e sem manutenção.
Analisando as instituições de ensino privadas, em Luanda, o Psicopedagogo Alcides Chivango disse que no geral reúnem as condições para acolher novamente os alunos em Outubro, comparando com as do estado.
"Eu não vou meter o meu filho em escolas públicas sem condições para depois apanharem doenças e mandarem parar", afirmou Alcides Chivango, em declarações recentemente a Rádio Ecclésia, em Luanda.
O também docente, denunciou que na capital do país, há escolas cujas janelas estão destruídas e como alternativa, os seus responsáveis fecharam com blocos, dificultando assim, a respiração e recorda que "precisamos de arejar" e nos protegermos da Covid-19.
O processo de ensino-aprendizagem deve favorecer a todos e " a Covid-19, nos alertou que as nossas coisas estão mal", acresceu.
" Temos escolas sem psicologos, vigilantes, educadores de Infância, psicopedagogos...", rematou o docente Gerson Manuel.
SECTOR DA SAÚDE CARECE DE MAIS INVESTIMENTO
A Covid-19 veio mostrar que o sector da Saúde em Angola , enfrenta vários problemas, segundo os cidadãos em Luanda, que reagiam em torno do trabalho desenvolvido pelo Presidente da República, João Lourenço,ao longo dos três anos, na liderança do país.
Os populares referem que este território do continente africano, demostrou que não está preparado para enfrentar epidemias, endemias e pandemias.
Para Dumildes Manuel,o sector da Saúde está péssimo e apela as entidades competentes no sentido de desenvolverem acções concretas que visem reverter o quadro.
O Técnico de Enfermagem Cláudio Zumba refere que o processo de formação dos quadros no sector da Saúde no país, ainda é deficitário, sendo que algumas instituições de ensino, "estão mais preocupados com o dinheiro, menos em equipar os laboratórios e na contratação de bons docentes".
Um dos grandes problemas que o sector se debate, é no capítulo da assistência médica e medicamentosa por parte dos profissionais, de acordo a visão de Gerson Manuel, que lamentou ainda a situação das infra-estruturas e a humanização dos serviços e recomenda, aumento das verbas nesta área para a criação das condições necessárias.
"Ainda é muito grande o número de quadros desempregados", lamentou Cláudio Zumba, tendo acrescido que nos últimos três anos não observou grandes mudanças no sector da Saúde.
"Eu acho que tudo continua o mesmo", afirmou.
O Técnico de Enfermagem Cláudio Zumba exorta maior investimentos no sector , quer seja nas infra-estruturas, no capital humano, bem como nos serviços prestados.
EMPREGOS
Em 2017, a criação de 500 mil postos de trabalho durante cinco anos, foi uma das promessas eleitorais do Presidente João Lourenço.
Perante esta realidade , Cristóvão José avançou que foi simplesmente uma promessa eleitoral e não acredita no seu comprimento, uma vez que, tem observado vários cidadãos desempregados.
"Não vai acontecer nada do que prometeu na sua campanha, pelo contrário, muitos desempregados o JLO provocou, uma pena pra todos nós".
Para os próximos dois anos, Cristóvão José garante que está reservado para "as campanhas eleitorais" e refere que já não se espera "nada de melhor até porque o João Lourenço, disse que todo dinheiro foi para o tratamento da Covid-19".
PLANO INTEGRADO DE INVESTIMENTO AOS MUNICÍPIOS (PIIM)
O PIIM lançado em 2019, pelo Presidente da República, João Lourenço, no Moxico, visa concretizar 236 projectos de vias de comunicação, avaliado num valor em kwanzas equivalente a dois mil milhões dólares, recursos estes, provenientes do Fundo Soberano de Angola.
Os programas, projectos e acções inscritos no Plano Integrado de Investimento aos Municípios, de acordo as informações a que tivemos acesso, incidem, fundamentalmente, sobre os sectores da saúde, construção e obras públicas, urbanismo, energia e águas, segurança e ordem pública, saneamento básico e infra-estruturas, administrativas e autárquicas, e, por último, intervenção nas vias de comunicação.
Segundo Gerson Manuel, muitos dos projectos enquadrados no PIIM não seriam ainda postos em prática, visto que estamos numa " fase em que o povo morre a fome por falta de condições básicas. E alguns projectos poderão desencadear a questão de desvios financeiros por falta de uma fiscalização pura. É muito dinheiro disponibilizado enquanto o país não produz na sua totalidade devido a pandemia".
Questionado se os valores investidos comparados com a qualidade das obras, se vão de acordo a realidade, respondeu que não, justificando que houve excessos na avaliação de custos, dando como exemplo, a construção de uma quadra de jogos numa escola no Cazenga entre outros no país.
O nosso entrevistado recomendou a necessidade de se reabilitar o senso patriótico que vem se diminuindo a cada dia.
"Os diferentes actores da vida socio-político precisam abrir um diálogo para alavancar o desenvolvimento deste país que e de todos", avançou.
"Angola merece uma paz socio-económica!", finalizou.
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