Por Josimar Agostinho Onjango
Opinião
Parece ser consensual a ideia segundo a qual, nós somos o futuro da Humanidade. De facto, olhando para a forma como o mundo caminha, ou seja, se desencaminha, podemos concordar, somos o futuro do que hoje se chama Civilização Humana. Se somos a esperança da humanidade é por certas razões. No sentido positivo, o que faz sermos o futuro da espécie humana tem que ver mais com os valores culturais não tanto com as riquezas naturais, porque recursos os outros também têm e são finitos. A identidade, o que faz ser o que somos, é o nosso forte. Temos princípios de vida que os outros também tinham, de alguma forma, mas eles abandonaram, substituindo-os por novos modos de pensar que negam até a realidade mais objectiva e afrontam drasticamente a essência do ser humano. O que faz sermos o futuro da Humanidade tem que ver com a ainda não proliferação, entre nós, dos males morais que infermam o Ocidente.
A Europa, embora se apresente como moderna ou evoluída, aquilo, está em crise, que pode acabar tarde ou cedo no desmembramento de todos os países membros da chamada União, a Inglaterra já se retirou, a Polónia e a Hungria dão sinais de que farão o mesmo. Alguns entendem que é apenas por motivos económicos, eu não. Os Estados que ainda fazem parte acusam os países que estão a sair de estarem a trair os valores da Comunidade, mas quem olha com atenção vê que o que está a a acontecer, na verdade, é uma desfiguração da Europa por culpa da adopção de contra-valores e ideologias, exemplo o comunismo e a sua nova configuração, que não estão na fundação da Comunidade. Deste modo, a questão não é apenas financeira, tem que ver com a alma de todo um Continente.
É inegável que os valores que contribuíram para a construção da alma do igualmente chamado Continente Velho são: Filosofia Grega ( cada vez mais defende-se a sua origem africana), Direito Romano e a Religião Judaico-Cristã. Esses pilares da formação da Europa vêm sido negados combatidos e substituídos, ao longo do tempo, agora mais efusivamente, por desvalores, próprios do que hoje é chamada de Ideologia de Género mesclado com cultura da morte e o ateísmo militante.
Em meio a esse mundo caótico que é, no fundo, por causa do abandono dos valores espirituais. A Igreja também olha para África como a esperança.
Aquelas ideias que estão a desestabilizar a Europa, o Ocidente de forma geral, infelizmente, estão a chegar cá por meio dos próprios africanos com os dinheiros e outros apoios de lá.
Porquê falar disso no dia da mulher africana? Primeiro porque as mulheres também são seres humanos e não podem ser impedidas de contribuírem para o bem comum. Segundo porque a mulher africana tem estado presente nesse imbróglio. O problema é que umas defendem aqueles contra-valores que vão sendo disseminados no Ocidente e outras, para a nossa alegria, buscam os nossos valores identitários baseados nos valores absolutos, também chamados autênticos. Trago duas mulheres para apresentar essas duas correntes. Uma representa um azar, outra uma sorte.
A primeira, na vertente do azar, é Sizaltina Cutaia, angolana, já foi Coordenadora da Onjango Feminista, agora Coordena a Open Society África Austral. Sizaltina Cutaia fez parte da organização da marcha que pediu a legalização do aborto. Essa Open Society apoia os contra-valores, aborto, união homossexual, que tomam cada vez mais lugar no Ocidente. Aqui, em Angola, a Open Society também patrocina as ONGs que apoiam a legalização do aborto e a união homossexual, desde a Omunga à Assoge. Sizaltina, eventualmente, acredita amar África, mas aceita e promove elementos culturais torpes que violam a vida, enquanto a vida é sagrada em África. Ao defender a cultura da morte, torna-se instrumento, ignorante ou avisada, de uma nova colonização, apoiada por órgãos internacionais.
A segunda, na vertente da sorte, é Obianuju Ekeocha, jovem cristã, cientista biomédica, nigeriana, está na luta contra o aborto, grande defensora da vida. Fundou a organização Culture of Life Africa. Que pode ser traduzido como: Cultura da Vida África. Em Conferências, palestras, entrevistas documentos ela defende a vida e os nossos valores culturais africanos positivos. Obianuju defende em alto e bom som o que já ninguém mais quer defender, valor da vida, valor da família, valor da tradição, valor da verdade.
Eis duas mulheres africanas. Não necessitamos fazer muitas contas. Com Sizaltina estamos azarados, contribui e continuará a trazer os males do Ocidente para aqui; com Sizaltina a Europa, e não só, não terá nada a aprender connosco, porque o que ela defende o Ocidente já vive e está a dar para o torto nas suas terras. Não é apenas triste ver uma mulher defender o assassinato de um ser humano ainda mais indefes, é repugnante pois toda mulher é mãe em potência, assim como todo o homem é pai em potência. Com Obianuju temos sorte, ela traz uma esperança, ela traz uma motivação de que precisamos continuar a defender os nossos valores identitários, assim continuaremos a ser o futuro da Humanidade. Com Obianuju, o mundo olhará para a nossa identidade e desta vez aprenderá connosco.
Sabemos que não se pode legalizar o mal. Sabemos que o mal deve ser combatido, não promovido. Sabemos que a cultura da morte, a ideologia do género, o ateísmo militante, nada disso faz parte da nossa Cultura Africana. Sabemos que nada disso gera desenvolvimento, gera, pelo contrário, morte. Mulheres africanas, busquem os valores da vida! Mulheres africanas, busquem os valores espirituais! Mulheres africanas, nem tudo que vem de fora é bom! Obianuju é uma sorte de mulher! Por mais mulheres como Obianuju, ela não é apenas um orgulho para África é, igualmente, para a Humanidade!
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