Por: Josimar Agostinho Onjango
PORTAL MUNDUNDE ONLINE ANGOLA
O presente texto é uma singela soma de citações de Plo Lumumba, traduzidas, relacionadas aos contornos do binómio da relação China-África. Os contributos são apresentados de forma cronológica, sendo o primeiro extraido da Conferência Tiro Memorial Lecture, em 2017, o segundo da grande actividade The Ruforum 15th AGM, ocorrido em 2019, e o último do simpósio Social Economic Growth In Rural Enviroment do ano 2020. As matérias-primas foram vídeos de Plo Lumumba disponíveis nas plataformas de internet.
Patrick Loch Otieno Lumumba, Plo Lumumba como é conhecido, é queniano, Juiz, Acadêmico, com várias graduações em Direito e Literatura, com regularidade dá conferências, um pouco por todo o Mundo, com temas vários, principalmente atinentes ao Continente africano, sendo considerado por nós, o pan-africanista vivo.
Conferência Tiro Memorial Lecture
Em 2017, na África do Sul, Plo Lumumba foi um dos convidados da Conferência Tiro Memorial Lecture, uma actividade periódica que homenageia o grande líder juvenil na luta contra o apartheid Abram Onkgopotse Tiro, na mesma, o Professor não deixou de falar da China, nos seguintes termos “nós podemos dar as boas-vindas aos chineses, em África, mas devemos pará-la de invadirem os nosso recursos”. Era uma chamada de atenção ao que recebeu da audiência uma grande ovação.
The Ruforum 15th AGM
Dois anos depois, em 2019, no Gana, numa Conferência sobre Agricultura, The Ruforum 15th AGM, começou por explanar que “a China é um país muito interessante com quem temos muito por aprender”, mas voltou a alertar que “é também um perigo para o Continente, se não formos cautelosos. Sobre a aprendizagem, “a coisa a aprender com a China é que eles sabem o que querem, penso que a primeira coisa a fazer é saber o que queres”. Ainda sobre este particular, Plo Lumumba, exemplificou que “estava a ver o canal CGTN e ouvia seiscentos delegados reunidos no país de Xi Jinping pensando como eles se relacionariam com África e o Mundo dali até 100 anos, as pessoas que estavam ali não estarão vivas”. De seguida apresentou a realidade africana onde “em muitos países africanos se pedires para pensarem no amanhã, o que vai acontecer, eles dizem: só Deus sabe”. Podemos notar que as perspectivas para com África são a longo prazo, longo de mais. O que aconteceria se o que eles querem for acordado sem vantagens reais para nós, o que nos aconteceria neste longo prazo? Sobre a despreocupação, não responsável, com o novo dia quantos de nós não vivenciamos situações como essas?
Na mesma ocasião Plo Lumumba avisou sobre o modus operandi do gigante asiático para com o continente Berço da Humanidade, Lumumba questiona “que Universidade não tem um Centro Confúcio?” continuou “porquê que os chineses têm um Centro Confúcio? Porque a mente é o suporte do homem. Assim que influencias a mente, podes predizer o que o homem pode fazer” destaca igualmente: “nos próximos anos os telemóveis usados por vós serão chineses Tecno, Infinits e Huawei. Nenhum país africano produz telemóvel, apenas o Ruanda que está a começar a montar alguns”. Avançou ainda o Professor “se nós não tomarmos cuidado, nos próximos 25 anos todos nós estaremos a falar mandarim”.
Ainda no seu país de nascença, Plo Lumumba, fez saber que “os chineses não estão aqui para fazer caridade, eles estão aqui para negócios”. Atestou o Professor “África pode beneficiar-se da China, África pode ser a próxima Indústria do Mundo, mas isso não vai acontecer por si, algo precisa ser bem feito”. Claramente é apresentado a potencialidade de África, mas vislumbram-se igualmente sombras, se não sabermos negociar.
Social Economic Growth In Rural Enviroment
No presente ano, 2020, na cidade de Cape Town, na África do Sul, no Social Economic Growth In Rural Enviroment, Plo Lumumba tocou na questão do tipo de relação entre as chamadas lideranças africanas no contactos com os homólogos chineses e os interesses por trás “África é tão atractiva que os líderes chineses chamam africanos para Beijing todos os anos, os 54, são chamados para Beijing. E eles dizem que é desta forma que a China vai trabalhar para o benefício de África”, continuou o Professor “eu me recuso a acreditar nisso. Deve haver alguma coisa que está a ser feita para o benefício de Beijing”, prosseguiu Plo Lumumba, “porque se eu fosse chinês faria algo que estivesse no meu melhor interesse, não no melhor interesse de África”. Há um grande interesse da China por África, isso pode explicar os constantes convites vindos de lá, isso nos leva a questionar se os do Poder em África têm buscado o melhor para nós, africanos, ou continuamos a pagar caro por decisões questionáveis dos chamados líderes africanos.
Ainda na sua abordagem, em terras do africanista Steve Biko, Plo Lumumba destacou os aspectos que facilitam o gigante asiático, ao dizer, “quando falo da desunião em africana, China recusa-se a sair da minha mente e espero estar errado, mas os chineses sabem que no nosso estado de desunião podemos ser manipulados e eles estão no processo de nos manipularem”. Este, o da desunião africana, é um factor flagrante.
Na ocasião o Professor apresentou sinais melindrosos da expansão chinesa em África quando apresentou dados de que “hoje não existe nenhum país africano onde os chineses não tenham construído um Estádio, eles acham que nós gostamos de Estádios, não existe sequer um país africano onde não tenham construído uma estrada”. Plo Lumumba foca do mesmo modo a questão da qualidade do que vem da china, segundo o Professor “os chineses são capazes de disponibilizar três tipos de qualidade das coisas que eles fazem” de seguida apresentou os tipos onde a “qualidade número um, eles levam para os E.U.A e Europa, qualidade número dois, eles levam para os seus países irmãos incluindo a índia, qualidade número três, que está muito abaixo eles despejam em África. E África consome com muito gosto”. Remata, no momento, “por causa da nossa desunião não conseguimos falar com uma só voz”. Acaba por já fazer parte do senso comum que quando somos unidos, então somos mais fortes.
Plo Lumumba falou, igualmente, da justeza nas negociações entre países africanos e a China, nos seguintes termos: quando o presidente ganense, a quem eu muito respeito, é convidado para Beijing para negociar, quando eu digo o Presidente do Gana poderia ser o beninense, para negociar com Beijing em bases bilaterais e quando eles convidam os líderes africanos, eles saúdam com 21 salva de tiros para que eles pensem que são iguais, mas o PIB do Gana é possivelmente um 1/3 do PIB da cidade de Beijing. Diz também que “a Economia de África é um Mick Mouse que não consegue competir e por sermos desunidos somos incapazes de nos movermos como uma união”. De modo algum podem ser usadas leis ditas iguais, para as partes, quando elas têm graves diferenças entre si.
União é a saída, apontou Plo Lumuba, numa Conferência sobre os Minerais na Tanzânia, em Fevereiro de 2020. Existe a necessidade de se começarem a criar leis regionais para saberem lidar com as potências ocidentais, visto que quando eles negoceiam com base em legislações particulares acabam eles por tirarem mais vantagens e decidem quando querem partirem para outro país africano quando notam que as leis daquele país já não lhes favorece, então leis regionais criariam um melhor ambiente de negócios para África com mais benefícios sendo que teremos uma só voz. União, primeiro, a nível regional e, depois, continental. É um caminho que depende do despertar de mentes, principalmente das lideranças, de uma nova mentalidade e de coragem para começar a agir diferente.
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Josimar Agostinho Onjango |
O presente texto é uma singela soma de citações de Plo Lumumba, traduzidas, relacionadas aos contornos do binómio da relação China-África. Os contributos são apresentados de forma cronológica, sendo o primeiro extraido da Conferência Tiro Memorial Lecture, em 2017, o segundo da grande actividade The Ruforum 15th AGM, ocorrido em 2019, e o último do simpósio Social Economic Growth In Rural Enviroment do ano 2020. As matérias-primas foram vídeos de Plo Lumumba disponíveis nas plataformas de internet.
Patrick Loch Otieno Lumumba, Plo Lumumba como é conhecido, é queniano, Juiz, Acadêmico, com várias graduações em Direito e Literatura, com regularidade dá conferências, um pouco por todo o Mundo, com temas vários, principalmente atinentes ao Continente africano, sendo considerado por nós, o pan-africanista vivo.
Conferência Tiro Memorial Lecture
Em 2017, na África do Sul, Plo Lumumba foi um dos convidados da Conferência Tiro Memorial Lecture, uma actividade periódica que homenageia o grande líder juvenil na luta contra o apartheid Abram Onkgopotse Tiro, na mesma, o Professor não deixou de falar da China, nos seguintes termos “nós podemos dar as boas-vindas aos chineses, em África, mas devemos pará-la de invadirem os nosso recursos”. Era uma chamada de atenção ao que recebeu da audiência uma grande ovação.
The Ruforum 15th AGM
Dois anos depois, em 2019, no Gana, numa Conferência sobre Agricultura, The Ruforum 15th AGM, começou por explanar que “a China é um país muito interessante com quem temos muito por aprender”, mas voltou a alertar que “é também um perigo para o Continente, se não formos cautelosos. Sobre a aprendizagem, “a coisa a aprender com a China é que eles sabem o que querem, penso que a primeira coisa a fazer é saber o que queres”. Ainda sobre este particular, Plo Lumumba, exemplificou que “estava a ver o canal CGTN e ouvia seiscentos delegados reunidos no país de Xi Jinping pensando como eles se relacionariam com África e o Mundo dali até 100 anos, as pessoas que estavam ali não estarão vivas”. De seguida apresentou a realidade africana onde “em muitos países africanos se pedires para pensarem no amanhã, o que vai acontecer, eles dizem: só Deus sabe”. Podemos notar que as perspectivas para com África são a longo prazo, longo de mais. O que aconteceria se o que eles querem for acordado sem vantagens reais para nós, o que nos aconteceria neste longo prazo? Sobre a despreocupação, não responsável, com o novo dia quantos de nós não vivenciamos situações como essas?
Na mesma ocasião Plo Lumumba avisou sobre o modus operandi do gigante asiático para com o continente Berço da Humanidade, Lumumba questiona “que Universidade não tem um Centro Confúcio?” continuou “porquê que os chineses têm um Centro Confúcio? Porque a mente é o suporte do homem. Assim que influencias a mente, podes predizer o que o homem pode fazer” destaca igualmente: “nos próximos anos os telemóveis usados por vós serão chineses Tecno, Infinits e Huawei. Nenhum país africano produz telemóvel, apenas o Ruanda que está a começar a montar alguns”. Avançou ainda o Professor “se nós não tomarmos cuidado, nos próximos 25 anos todos nós estaremos a falar mandarim”.
Ainda no seu país de nascença, Plo Lumumba, fez saber que “os chineses não estão aqui para fazer caridade, eles estão aqui para negócios”. Atestou o Professor “África pode beneficiar-se da China, África pode ser a próxima Indústria do Mundo, mas isso não vai acontecer por si, algo precisa ser bem feito”. Claramente é apresentado a potencialidade de África, mas vislumbram-se igualmente sombras, se não sabermos negociar.
Social Economic Growth In Rural Enviroment
No presente ano, 2020, na cidade de Cape Town, na África do Sul, no Social Economic Growth In Rural Enviroment, Plo Lumumba tocou na questão do tipo de relação entre as chamadas lideranças africanas no contactos com os homólogos chineses e os interesses por trás “África é tão atractiva que os líderes chineses chamam africanos para Beijing todos os anos, os 54, são chamados para Beijing. E eles dizem que é desta forma que a China vai trabalhar para o benefício de África”, continuou o Professor “eu me recuso a acreditar nisso. Deve haver alguma coisa que está a ser feita para o benefício de Beijing”, prosseguiu Plo Lumumba, “porque se eu fosse chinês faria algo que estivesse no meu melhor interesse, não no melhor interesse de África”. Há um grande interesse da China por África, isso pode explicar os constantes convites vindos de lá, isso nos leva a questionar se os do Poder em África têm buscado o melhor para nós, africanos, ou continuamos a pagar caro por decisões questionáveis dos chamados líderes africanos.
Ainda na sua abordagem, em terras do africanista Steve Biko, Plo Lumumba destacou os aspectos que facilitam o gigante asiático, ao dizer, “quando falo da desunião em africana, China recusa-se a sair da minha mente e espero estar errado, mas os chineses sabem que no nosso estado de desunião podemos ser manipulados e eles estão no processo de nos manipularem”. Este, o da desunião africana, é um factor flagrante.
Na ocasião o Professor apresentou sinais melindrosos da expansão chinesa em África quando apresentou dados de que “hoje não existe nenhum país africano onde os chineses não tenham construído um Estádio, eles acham que nós gostamos de Estádios, não existe sequer um país africano onde não tenham construído uma estrada”. Plo Lumumba foca do mesmo modo a questão da qualidade do que vem da china, segundo o Professor “os chineses são capazes de disponibilizar três tipos de qualidade das coisas que eles fazem” de seguida apresentou os tipos onde a “qualidade número um, eles levam para os E.U.A e Europa, qualidade número dois, eles levam para os seus países irmãos incluindo a índia, qualidade número três, que está muito abaixo eles despejam em África. E África consome com muito gosto”. Remata, no momento, “por causa da nossa desunião não conseguimos falar com uma só voz”. Acaba por já fazer parte do senso comum que quando somos unidos, então somos mais fortes.
Plo Lumumba falou, igualmente, da justeza nas negociações entre países africanos e a China, nos seguintes termos: quando o presidente ganense, a quem eu muito respeito, é convidado para Beijing para negociar, quando eu digo o Presidente do Gana poderia ser o beninense, para negociar com Beijing em bases bilaterais e quando eles convidam os líderes africanos, eles saúdam com 21 salva de tiros para que eles pensem que são iguais, mas o PIB do Gana é possivelmente um 1/3 do PIB da cidade de Beijing. Diz também que “a Economia de África é um Mick Mouse que não consegue competir e por sermos desunidos somos incapazes de nos movermos como uma união”. De modo algum podem ser usadas leis ditas iguais, para as partes, quando elas têm graves diferenças entre si.
União é a saída, apontou Plo Lumuba, numa Conferência sobre os Minerais na Tanzânia, em Fevereiro de 2020. Existe a necessidade de se começarem a criar leis regionais para saberem lidar com as potências ocidentais, visto que quando eles negoceiam com base em legislações particulares acabam eles por tirarem mais vantagens e decidem quando querem partirem para outro país africano quando notam que as leis daquele país já não lhes favorece, então leis regionais criariam um melhor ambiente de negócios para África com mais benefícios sendo que teremos uma só voz. União, primeiro, a nível regional e, depois, continental. É um caminho que depende do despertar de mentes, principalmente das lideranças, de uma nova mentalidade e de coragem para começar a agir diferente.
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