Por: Leal Mundunde
O Jornalista José Quiabolo garante ter feito participação a Polícia Nacional, depois da agressão que sofreu esta quarta-feira, por supostos efectivos da corporação, durante a cobertura da manifestação que aconteceu defronte a Assembleia Nacional.
A manifestação organizada pela Juventude da Unita e do PRS e com participação de membros da Sociedade Civil, teve lugar em jeito de protesto contra a tomada de posse do novo Presidente da Comissão Nacional Eleitoral(CNE), Manuel Pereira da Silva, que segundo os partidos da oposição, o processo que culminou com a sua eleição foi ilegal.
Durante o acto de protesto, pelo que o Portal Mundunde Online Angola apurou, vários profissionais da Comunicação Social foram detidos, materiais de trabalho apreendidos e o Jornalista ao serviço da Palanca TV, José Quiabolo sofreu actos de agressão.
"Fui barbaramente agredido e ferido com bastões e puretes pelos agentes da Polícia", declarou o profissional, que descreveu o cenário como sendo de guerra "e uso desproporcional de força por parte daqueles que deveriam proteger as pessoas indefesas".
O também Jornalista da Rádio Ecclésia afirmou que quando chegaram ao local da manifestação, defronte a Assembleia Nacional, obedeceram as orientações da Polícia no sentido de estarem mais distante possível.
"No interior do bairro azul enquanto fazíamos as entrevistas aos manifestantes, surgiram duas viaturas da Polícia com efectivos que prontamente desceram e começaram a fazer as agressões e detenções as pessoas que passavam no local e nós não fomos poupados enquanto fugíamos da fúria da polícia desgovernada. A câmera de filmagem caiu e quando fui apanhar a mesma, fiquei ao redor dos polícias e apanhei com bastões de ferro que feriram no braço e puretes por toda parte do corpo e desloquei o tornozelo e joelho", contou o profissional.
O Jornalista denunciou ainda o desaparecimento dos seus haveres com realce a pasta com valores monetários, documentos, telemóveis e aparelho de gravacão. Por outro lado, contou que alguns materiais da televisão ficaram danificados.
José Quiabolo quer que os responsáveis deste acto sejam responsabilizados civil e criminalmente. "Por isso abrí uma queixa na quarta Esquadra na Maianga e fui submetido a exame forense", acresceu.
Na publicação que fez no Facebook, o Jornalista da Palanca TV e da Rádio Ecclésia, disse que não consegue andar em condições e lamenta o facto da própria Polícia até ao momento não o ajudou a prestar assistência médica e medicamentosa "nem tão pouco pedir desculpas pública pelo acto cruel".
Para que se faça justiça pelo que aconteceu, o profissional promete ir até as últimas consequências.
REAÇÃO DA POLÍCIA E DO SINDICATO DOS JORNALISTAS
Em declarações a Rádio Ecclésia, o Intendente Hermegildo de Brito do Comando Provincial da Polícia Nacional, disse que não conseguiram confirmar agressão aos Jornalistas durante a manifestação desta quarta-feira.
O homem da farda azul, revelou ainda que das informações apuradas dão conta do suposto envolvimento de alguns Jornalistas na manifestação, o que fez com que "recolhecem os mesmos" e levassem estes profissionais a Esquadra para serem catalogados e investigados "e depois foram dispensados".
Para o Secretário do Sindicato dos Jornalistas Angolanos,Teixeira Cândido, a Polícia enquanto instituição deve responsabilizar disciplinarmente os efectivos envolvidos no acto e publicamente deve desculpar-se pela atitude dos agentes.
Teixeira Cândido recordou que não faz 45 dias que a Polícia deteve Jornalistas em exército da profissão, quando cobriam uma outra manifestação na Assembleia Nacional.
O Secretário do Sindicato dos Jornalistas Angolanos falou que diante deste facto a Polícia não repudiou o acto "e nem fez pedido de desculpas. Manteve-se em silêncio".
"Esperamos que desta vez à Polícia seja exemplar", finalizou.
Este é um assunto que o Portal Mundunde Online Angola vai continuar acompanhar e trazer outros pormenores.
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