ESPAÇO TUDO SOBRE-1ª EDIÇÃO
Texto:Josimar Agostinho Onjango
Exoneração tem tudo para ser a palavra do ano em Angola. Ela tornou-se nota marcante da Política angolana, notícias sobre a mesma surgem quase a cada novo mês para logo a seguir aparecer em muitas conversas formais ou coloquiais dos cidadãos. Os que gostam de contar dizem já lá vão mais de sessenta. Nestes dias o termo “exoneração” volta a ganhar destaque: sai uma senhora e entra um senhor para o cargo de Secretário de Estado para a Juventude. É necessário referir que tal troca deu-se antes da abarrotada e infame feira de emprego promovida pelo Instituto Angolano da Juventude ligado ao Ministério da Juventude e Desporto.
Numa esperança mórbida, porque não acredito que simples exonerações resolvem problemas, sugiro que o novo homem da pasta olhe para questões descaradamente prioritárias como o desemprego e a delinquência.
Quanto ao desemprego, a situação é crítica, o Instituto Nacional de Estatística publicou, em Agosto, a realidade deste particular: metade dos jovens angolanos não tem trabalho. Se o Estado percebeu que o caminho a percorrer é a promoção do sector privado, então que os programas de auxílio ao empreendedorismo sejam levados com maior seriedade. Jovens com boas ideias de negócio não faltam, mas, infelizmente, quantas reclamações não ouvimos sobre a falta de apoio formativo e monetário para aqueles e aquelas que querem materializar os seus projectos, não poucas vezes porque, são volarizadas questões subjectivas em detrimento das objectivas. Chega de programas embelezados, deslocados e irrealistas, olhemos por exemplo às críticas que se fazem ao Plano Acção de Promoção de Empregabilidade.
Sobre a delinquência juvenil, basta observarmos as estatísticas da Polícia Nacional, os crimes e outros desvios comportamentais cometidos diariamente por jovens. Quando ouvimos falar sobre a delinquência aponta-se como saída uma aposta na iluminação pública. Será que resolve? Antes deveria priorizar-se a formação integral e de qualidade do ntu angolano e o desencorajamento activo de pseudo produtos músico-culturais que promovem desvalores. É contraproducente querer combater a delinquência juvenil e, ao mesmo tempo, o Estado, por meio das suas Empresas públicas, patrocinar actividades e outras iniciativas que estão na contramão da promoção das boas atitudes.
Nada mal imaginar a antiga Secretária de Estado, no momento da entrega das pastas, dizer ao novo: seja bem-vindo novo futuro exonerado. A exoneração não resolve, por si só, problema. E não podemos nos esquecer que o Secretário de Estado para a Juventude faz parte de um sistema partidário, os esforços deveriam ser conjugados. A questão é profunda.
Texto:Josimar Agostinho Onjango
Exoneração tem tudo para ser a palavra do ano em Angola. Ela tornou-se nota marcante da Política angolana, notícias sobre a mesma surgem quase a cada novo mês para logo a seguir aparecer em muitas conversas formais ou coloquiais dos cidadãos. Os que gostam de contar dizem já lá vão mais de sessenta. Nestes dias o termo “exoneração” volta a ganhar destaque: sai uma senhora e entra um senhor para o cargo de Secretário de Estado para a Juventude. É necessário referir que tal troca deu-se antes da abarrotada e infame feira de emprego promovida pelo Instituto Angolano da Juventude ligado ao Ministério da Juventude e Desporto.
Numa esperança mórbida, porque não acredito que simples exonerações resolvem problemas, sugiro que o novo homem da pasta olhe para questões descaradamente prioritárias como o desemprego e a delinquência.
Quanto ao desemprego, a situação é crítica, o Instituto Nacional de Estatística publicou, em Agosto, a realidade deste particular: metade dos jovens angolanos não tem trabalho. Se o Estado percebeu que o caminho a percorrer é a promoção do sector privado, então que os programas de auxílio ao empreendedorismo sejam levados com maior seriedade. Jovens com boas ideias de negócio não faltam, mas, infelizmente, quantas reclamações não ouvimos sobre a falta de apoio formativo e monetário para aqueles e aquelas que querem materializar os seus projectos, não poucas vezes porque, são volarizadas questões subjectivas em detrimento das objectivas. Chega de programas embelezados, deslocados e irrealistas, olhemos por exemplo às críticas que se fazem ao Plano Acção de Promoção de Empregabilidade.
Sobre a delinquência juvenil, basta observarmos as estatísticas da Polícia Nacional, os crimes e outros desvios comportamentais cometidos diariamente por jovens. Quando ouvimos falar sobre a delinquência aponta-se como saída uma aposta na iluminação pública. Será que resolve? Antes deveria priorizar-se a formação integral e de qualidade do ntu angolano e o desencorajamento activo de pseudo produtos músico-culturais que promovem desvalores. É contraproducente querer combater a delinquência juvenil e, ao mesmo tempo, o Estado, por meio das suas Empresas públicas, patrocinar actividades e outras iniciativas que estão na contramão da promoção das boas atitudes.
Nada mal imaginar a antiga Secretária de Estado, no momento da entrega das pastas, dizer ao novo: seja bem-vindo novo futuro exonerado. A exoneração não resolve, por si só, problema. E não podemos nos esquecer que o Secretário de Estado para a Juventude faz parte de um sistema partidário, os esforços deveriam ser conjugados. A questão é profunda.
Trabalho, determinação e foco chegamos lá.
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