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Por: Leal Mundunde
PORTAL MUNDUNDE ONLINE ANGOLA
Professores em Luanda, ouvidos pelo Portal Mundunde Online Angola, reagiram a proposta do Pedagogo Adolfo Fernandes, que exortou as autoridades angolanas aproveitarem a situação provocada pela Covid-19, para ajustarem o calendário académico com o da UNESCO.
Em função da situação actual que afecta os vários países do mundo, face a propagação da Covid-19, o Pedagogo sugeriu o início das aulas em Angola, em Setembro e com o término previsto para Junho do ano asseguir , "tal como a maioria dos países do universo seguem".
Adolfo Dos Santos Fernandes propôs ainda anulação deste "ano lectivo ou considerar o ano lectivo 2020/2021 e que fique assim para sempre".
Em reação, a professora Rosária Tavares, em declarações ao Portal Mundunde Online Angola, é de opinião que haja alteração do calendário académico do presente ano lectivo, com corte as férias dos estudantes e algumas datas comemorativas para a recuperação do tempo perdido.
"E se isso não for o suficiente para fechar as lacunas então seremos obrigados a seguir o calendário da UNESCO", em que as aulas começam em Setembro e culminam em Junho do outro ano" acreceu a profissional.
"Fica-me difícil convergir ou divergir com o Pedagogo, porque neste momento, tudo está a depender do trabalho do ministério da Saúde ", afirmou o professor Geraldo Valentim, tendo considerado que o aumento ou redução dos casos positivos da Covid-19, será determinante para o reinício das aulas no país.
O professor que lecciona Matemática em uma das instituições de ensino privado na capital do país, garantiu se até Julho, o ministério da Saúde não conseguir controlar a pandemia" pode-se apoiar a sugestão do Pedagogo Adolfo Dos Santos Fernandes".
A professora do ensino primário Maria Filipe disse ser positiva a proposta do Pedagogo, "até porque nos anos anteriores ou seja nos anos 80 os estudantes estudavam de Setembro a Junho".
" É do conhecimento de todos sobre atraso académico que temos por conta desta pandemia, mas para reajutarmos o calendário académico de acordo o da UNESCO, seria uma ideia prematura tendo em conta a realidade do nosso país, as dificuldades académicas entre outros", reforçou Rosária Tavares defendendo que primeiro se estude os principais factores que asseguram o andamento do programa em outros países, antes de se implementar este modelo em Angola.
Geraldo Valetim refere que os professores, como os alunos, terão dificuldades para se acostumarem com este modelo, uma vez que há mais de 30 anos que os angolanos se acostumaram com o sistema de ensino em vigor no país.
Relativamente anulação do presente ano lectivo, Maria Filipe concorda alegando que estamos nesta altura no segundo trismetre do ano académico e há "muita matéria em atraso".
Rosária Tavares tem parecer diferente relativamente a este aspecto, tendo exortado ao ministério da Educação e do Ensino Superior, no sentido de procurarem resolver o problema, excepto o cancelamento do ano lectivo 2020, mas a professora Maria Filipe concorda "plenamente que comecemos do zero, isto é, em Setembro deste ano" e finalizar em Junho do próximo.
Recordar que o Pedagogo Adolfo Dos Santos Fernandes afirmou recentemente que deve-se ter coragem para reconhecer que, com esta alteração, certos constrangimentos poderiam ser evitados, a pesar de compreender que a mudança poderá alterar "muita coisa na vida das pessoas, mais será a melhor opção de momento atendendo a situação que nos encontramos face ao Covid 19".
Em Angola o ano lectivo decorre no período de Fevereiro a Dezembro, para o Ensino Geral e para o Ensino Universitário de Março a Dezembro.
De acordo a pesquisa que desenvolvemos, sobre o arranque do ano lectivo em outros países, constatamos que na Holanda as aulas começam no final de Agosto ou no início de Setembro.
Na Suíça em meados de Agosto e início de Setembro, enquanto que a Bulgária, Alemanha, a República Tcheca, Portugal, Cabo Verde e São Tomé em Setembro.
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