Por: Redacção Mundunde Online Angola
O Político Aniceto Cunha acredita que terá havido "gralha", no comunicado do Boreau Político do MPLA que recentemente considerou Mário Coelho Pinto de Andrade, como primeiro Presidente desta força política, contrariando o seu líder João Lourenço, que no sexto Congresso Extraordinário ao citar os militantes que já lideraram o partido, começou por Ilídio Machado.
O militante do MPLA Aniceto Cunha entende que o comunicado do
Boreau político dos camaradas tornado público a quando do falecimento de Sarah Maldoror, quis "transmitir" que Mário Coelho Pinto de Andrade foi um dos primeiros Presidentes do MPLA e não o primeiro, tendo afirmado que acredita ter "havido gralha neste comunicado".
O Político justifica esta afirmação alegando que a história regista Ilídio Tomé Alves Machado como sendo o primeiro Presidente do MPLA até ser preso em 1959 e "Mário Pinto de Andrade vem a se tornar activista político somente na década de 60".
Aniceto Cunha, prestou estas declarações, domingo, no Programa Angola e o Mundo em sete Dias, da Rádio Despertar.
"Foi com profundo sentimento de consternação e tristeza que o Bureau Político do Comité Central do MPLA tomou conhecimento do falecimento da Camarada SARAH MALDOROR, viúva do malogrado Camarada Mário Coelho Pinto de Andrade, co-fundador e primeiro Presidente do MPLA, ocorrido" a 13 de Abril de 2020, "em Paris, por doença, aos 91 anos de idade", lê-se no comunicado do Boreau político do partido que lidera o país desde 1975.
O referido comunicado, pelo que apuramos, tem estado a levar os cidadãos a questionarem-se sobre a hierarquia dos militantes que lideraram o MPLA desde a sua fundação a presente data, numa altura em que o líder dos camaradas apresenta uma posição e o Boreau Político recentemente divulgou outra figura.
Recordar que no discurso de encerramento proferido a 8 de Setembro de 2018, João Lourenço agradeceu pelo facto da direcção do MPLA ter apostado em si para liderar esta força política e por ter merecido o voto de confiança dos delegados do congresso, que o elegeram como o quinto Presidente, "depois de nomes como Elídio Tomé Alves Machado , Mário Coelho Pinto de Andrade, António Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos".
O nacionalista Adolfo Maria em declarações a VOA a 21 de Setembro de 2018 afirmou que antes de Agostinho Neto existiu apenas um presidente do Partido (Mário de Andrade) pelo que João Lourenço é o quarto Presidente do partido.
A confusão deve-se ao facto de se considerar Ilídio Machado como primeiro Presidente quando na verdade nessa altura o MPLA não existia pois só foi oficialmente formado em meados de 1960, como fez saber o nacionalista angolano, na VOA.
De acordo as informações a que o Portal Mundunde Online Angola teve acesso, o nacionalista Ilídio Tomé Alves Machado foi o primeiro Presidente do MPLA, até ser preso, em 1959, alegamente "por actividades subversivas contra o regime português da altura".
Por sua vez, Mário Pinto de Andrade, de acordo com Agência Angola Press, tornou-se activista político na década de 60 e exerceu o cargo de presidente do MPLA, entre 1959 e 1962 e o de seu secretário-geral, entre 1962 e 1972.
Por conta de sua prisão, Agostinho Neto foi Presidente honorário do partido desde 1961, tendo assumido a liderança efectiva do MPLA em 1963, em Kinshasa, capital do então Zaire, hoje República Democrática do Congo (RDC).
Agostinho Neto dirigiu o MPLA até à sua morte, em Setembro de 1979, mês em que José Eduardo dos Santos assumiu a liderança, que terminou a 8 de Setembro de 2018 e João Lourenço é o quinto militante a frente desta organização política.
No seu livro “MPLA perante si próprio”, Jean Michel Thali garante que esta força política , foi fundada em 1960 na Guiné Conacri, tendo Mário Pinto de Andrade como o seu primeiro Presidente. Este dado consta em uma das publicações do Club-K.
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