Por: Leal Mundunde
25.10.2019
Observo com preocupação, o choro de um cidadão que quer simplesmente o pão-nosso de cada dia e as graças que raramente em muitos são cheias.
Observo a lamentação de um indivíduo que simplesmente quer usar a bata branca para que aprenda o ABC da vida.
Observo um africano que depois do canudo ou do diploma, simplesmente quer labutar, quer colocar em prática o que um dia sonhou e aprendeu.
Ainda nesta senda observo esta franja da sociedade, sobretudo os do canudo, alguns alhais, que aprenderam tudo mais alguma coisa, menos o espírito crítico. Alguns até aprenderam, mas usam o espírito de crítica porque não querem ser criticados e simplesmente querem ser exaltados e exaltar os que entendem, com o resultado de estarem na folha assinada com tintas azuis e não pretas ou vermelhas.
Não é isto que queremos. Queremos cidadãos comprometidos com ÁFRICA e com o futuro. Alhais, este necessita de um ensino de qualidade e de alguém que o dê experiência e oportunidades para trilhar na vida.
Necessita de alguém que estenda a sua mão para que chegue ao horizonte da vida. Mas também devemos ser ousados, furar barreiras, criar oportunidades, traçar metas e lutar sem perder o foco.
Sei que temos muitos com este espírito, mas a conjuntura em certas ocasiões leva-os pegar na cintura e fazerem uma autêntica ginástica, onde a corda estica ao amanhecer do além.
Noto com preocupação, indivíduos que pensam simplesmente em si, na sua família e mais nada. Pensam no bolso, sim no seu bolso, que as vezes engorda e outras emagrece ou fica roto no calor do meio-dia.
O que precisamos é de indivíduos que pensem no colectivo.
Assim, crescermos, desenvolveremos e venceremos nesta ÁFRICA.
Hoje, uns atacam e outros “contra atacam”. Uns na defesa e outros parecem ser pontas de lanças.
Uns são os tais e outros em fim... acho são os treinadores ou presidentes dos clubes sem nome.
Tenho estado a reflectir numa sociedade onde adultos apertam
o cerco e o círculo é somente do globo restrito da terra.
Precisamos tomar um novo rumo, de um país onde haja unidade
na diversidade, harmonia e acima de tudo, de pessoas que pensam Angola e amam
Angola. De pessoas que consigam viver na diversidade e no respeito pela diferença.
Esta é uma realidade que se perspectiva cada vez mais difícil, onde os vencedores serão pouquíssimos ou muitos. A ver vamos o desfecho de mais um capítulo que culmina ainda com os dois, mais dois. Qual dois? Reticências...
Deus ainda mora em muitas igrejas domésticas e em outras, os seus componentes nem querem saber Dele, parece na época daquele edifício dos anos em que eu, parece ainda estava na imaginação dos meus progenitores.
Deus deve ser o foco e nunca deve ser esquecido...
O bom de tudo, em muitos rostos a nostalgia continua a ser
uma realidade na esperança de dias melhores. Alegria verdadeira e que leva-nos
a crer no “amanhecer”. No final de tudo, a pujança da minha gente continua a
ser real e permanente neste continente .
Voltarei para a continuação das minhas reflexões em torno desta África que muito amo...onde uns parecem que podem e outros não. Mas a vitória vai ser certa e bem acertada.
E CREIO
LEAL MUNDUNDE
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