A situação actual da juventude é preocupante, segundo os jovens ouvidos pelo Portal Mundunde Online Angola, que criticam as políticas do executivo viradas a esta franja da sociedade.
Por: Leal Mundunde
Diamantino Pedro diz que a maioria dos jovens enfrentam momentos difíceis, “vivem uma vida dura sem oportunidades, nem estabilidade” e para evitar a frustração inclinam-se ao mundo das drogas.
Olhando para o contexto socioeconómico, a estudante Ana Albertina assegurou que actualmente a juventude angolana na sua maioria “é ou está frustrada” com os problemas que o país está a viver. Alguns, segundo a nossa entrevistada, conseguem concentrar-se, ter o foco no futuro e outros acabam desviando-se procurando obter os bens materiais de forma fácil e ilícito.
Para Diamantino Pedro, um dos culpados desta realidade que vários jovens enfrentam, são os lideres do país, justificando que “ quando numa casa falta educação é claro que os culpados são visíveis: pai e a mãe”.
Paulo Garcia Mateus concorda com a posição defendida por Diamantino Pedro, sendo que garante que é da competência do governo criar as condições que visam reverter o quadro, desenvolvendo centros de formação que servirão como ocupação dos jovens, bem como a implementação de colóquios ou auscultação juvenil, “que podem promover o bem-estar harmonioso dos jovens no que tange ao desenvolvimento intelectual dos mesmos”, pelo que Diamantino Pedro sugeriu maior aposta na educação, com abertura de instituições de ensino com qualidade onde todos terão a mesma oportunidade de estudo.
Os jovens dizem que estamos numa sociedade onde o governo angolano não consegue apostar na formação da força motriz da sociedade, pelo que exortam a juventude a não desistir de seus sonhos, para que tenham um futuro brilhante.
“SITUAÇÃO DELICADA”
Na visão do Educador Social Manuel António Cauaua, a situação actual da juventude é delicada, justificando que os jovens precisam de ter mais oportunidades, que passa pela criação de um sistema de educação capaz de dar as ferramentas necessárias para o seu próprio crescimento. “Há que se prestar muita atenção aos jovens. Não só por serem a maioria, mas antes por serem a grande força da sociedade”, acresceu.
O acesso a educação profissional, o índice elevado de desemprego, a delinquência, inexistência de políticas dirigidas para a juventude (políticas eficazes), são alguns dos problemas que afectam a juventude angolana de acordo ao Educador Social.
“Eu sou de opinião que não devemos esperar o Estado resolver esses problemas, eles podem até resolver mas não é agora que vamos obter o resultado esperado. Então sou apologista de que nós os jovens devemos mesmo lutar para que possamos alcançar os nossos objectivos, não vamos simplesmente esperar que o Estado resolva, vamos atrás dos nossos sonhos e realiza-los, pois só assim conseguiremos viver neste país que está praticamente a desmoronar-se a cada vez mais”, defendeu Ana Albertina.
Perante esta realidade, Manuel António Cauaua apela ao Governo apostar “seriamente na qualificação e profissionalização do sistema de ensino no país. Quem dirige deve saber, que se o sistema de educação não for suficientemente forte, estaremos a cumprir formalidade de ensino e a mutilar a sociedade”.
O diálogo com a juventude é outra medida que aponta e recomenda que se dê sempre ouvidos a esta franja da sociedade, “ como nas nossas culturas, a estrutura do "ondjango" deve funcionar”.
O Educador Social Manuel António Cauaua, diz que os jovens bem formados devem ser aproveitados para que sirvam de exemplo aos demais.
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