ESPAÇO TUDO SOBRE
3ª Edição
Por:Josimar Agostinho Onjango
Desde o dia vinte e sete de Setembro de dois mil e dezassete que Angola tem um novo Presidente, seu nome João Manuel Gonçalves Lourenço. Mal tomou posse, alias, mesmo antes do Memorial António Agostinho Neto, sediar a investidura, já propalava-se uma tal mudança de paradigma de governação mesclada com outras promessas de um país melhor.
As promessas ainda não nos livraram daquela sensação que se experimenta na carne de que os problemas agravaram, as secas das mortes dos humanos, da morte dos gados, e acerca deste particular, os entendedores da matéria já nos mostraram que a triagem é cíclica, por isso, não deveria nos apanhar de surpresa. Olhamos, ainda, com as nossas próprias pupilas, imagens tristes, reflexos preocupantes, das mortes nos hospitais; das prostituições; das corrupções generalizadas; das delinquências governamentais; das delinquências do cidadão comum, os confrontos com armas brancas, as facas, as garrafas, as catanas, os machados, o angolano está a se matar nas periferias; das escolas que não existem, para um sem número de alunos; das empresas a despedirem os empregados.
Além do que se promete, as viagens são, igualmente, nota marcante do reinado de João Lourenço e, usualmente, vistas na perspectiva de busca de parcerias que ajudariam a desenvolver a pátria. Começam na África do Sul, aos vinte e três do mês da Independência Nacional; em dois mil e dezoito, a rota é direcionada para a Europa com a visita à França no dia vinte e três de Maio; o país de Angel Merkel, Alemanha, aos vinte e dois de Agosto; como não poderia faltar, foi para a Ásia, concretamente na China no dia seis de Outubro; para fechar com chave de ouro, Portugal de vinte e dois à vinte quatro de Novembro. No segundo ano de mandato deslocou-se à mother Rússia, no dia um do mês da chuva, com promessa de regresso em Outubro; Cuba aos vinte e nove de Junho do corrente ano; a pouco esteve no Qatar. As idas implicam custos que não poucas vezes custam acreditar, os gastos dos fretamentos de aviões, a hospedagem, as comissões de individualidades. Um dado curioso é que quase sempre quando o jornalista noticia, sobre as jornadas além fronteira do novo Chefe do Estado, não faltam aquelas partes “estreitar relações bilaterais” e “vantagens recíprocas para os dois Estados”.
O périplo, do novo homem do Palácio, acredita-se, é para, dentre tantos desideratos, conseguir financiamentos. Os economistas afirmam que temos uma dívida externa que ronda os trinta e oito mil milhões de dólares, boa parte da mesma é com a China, vinte e dois mil milhões de dólares, depois do gigante asiático vem a Grã-Bretanha que, segundo os entendidos na matéria, cada angolano deve duzentos e sessenta dólares, a seguir devemos cada cento e nove dólares aos espanhóis, tem também Israel a quem devemos cada sessenta dólares e Estados Unidos da América, tem um passivo de trinta e sete da moeda do Tio Sam, conforme dados do CEIC – Centro de Estudos da Universidade Católica de Angola e do Expansão. A nossa geração não conseguirá pagar aos credores, talvez os nossos filhos e netos. Enquanto isso continuamos a estreitar relações bilaterais com vantagens recíprocas.
Mas há sinais interessantes, não deixa de ser notável, a Justiça a engatinhar, feita uma criança nos seus primeiros anos de vida. Há uma sensação de dúvida, mas o que se quer é que a cada seja dado o que é devido. O que faz falar ainda com a abertura é a liberdade de expressão que ganha espaço. Uma palavra pode ser forte, um som pode ser contrário, mais do que antes, pode se fazer ouvir.
Desde o dia vinte e sete de Setembro de dois mil e dezassete que Angola tem um novo Presidente, seu nome João Manuel Gonçalves Lourenço. Mal tomou posse, alias, mesmo antes do Memorial António Agostinho Neto, sediar a investidura, já propalava-se uma tal mudança de paradigma de governação mesclada com outras promessas de um país melhor.
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